terça-feira, 9 de agosto de 2022

A química entre duas pessoas

créditos da foto está linkado.
Muito lemos sobre a química entre duas pessoas, sobre a importância dela em um relacionamento, e eu sempre fui fascinada pelo encanto que colocam nas palavras dos textos quando à ela se referem. Imagine só: duas pessoas conectadas por uma força que nem elas mesmas conseguem descrever, atraídas de tal forma que não conseguem ficar separadas, ainda que na vida externa de ambas existam empecilhos ou até mesmo outras pessoas que seriam afetadas por essa atração fatal.
Eu sei, lendo assim não parece muito romântico. Concluí isso assistindo a série da Netflix "As Telefonistas", mais especificamente sendo telespectadora do triângulo amoroso entre Lídia, Francisco e Carlos. Fica muito evidente a diferença dos efeitos colaterais causados pela atração física e pelo amor. Na prática, sou leiga, mas me considero muito boa nas teorias (rs).
E vamos de análise...
Bem, como estou falando sobre uma situação onde levaram vários capítulos e temporadas até que eu chegasse nesse pensamento, não dá para simplesmente fazer um resumo da história, porém a conclusão é a seguinte: Lídia e Carlos tinham muita química, e as cenas dos dois juntos eram sim bem mais envolventes, já como casal e tendo uma filha, Carlos nunca apoiou Lídia em situações que eram cruciais, nem mesmo quando envolvia a segurança da criança que era ameaçada pela própria avó (mãe de Carlos). Por outro lado, tínhamos Francisco que mesmo amando Lídia, apoiou o casal anterior em nome da felicidade de sua amada, e que mesmo separados sempre foi amigo para todos os momentos dela. E quando finalmente formam um casal, torna-se seu fiel cúmplice e protetor.
No fandom da série há uma divisão de opinião sobre quem era melhor par para Lídia, e os que são a favor de Carlos, usam a química e cenas quentes entre os dois como defesa, assim como vejo em outros debates relacionados à novelas, reality shows e até casais reais. Associam muito a perfeição de um relacionamento aos desejos sexuais e ao quão escandaloso um beijo consegue ser. E aqui eu percebo o porquê de eu amar tanto romances clichês e/ou de épocas, onde é muito 18+ tocar nas mãos da mocinha sem luvas.
Já me considerei uma pessoa muito emocionada como diz a expressão popular, mas hoje traduzo isto para uma pessoa sábia e sensata. Eu não tenho um vasto histórico de relacionamentos e é justamente por não concordar que um relacionamento tenha que ser baseado em algo tão fútil e vazio. Ainda acredito na conquista pelo outro, no companheirismo, na confiança, nos pequenos detalhes que constroem uma base sólida diariamente... Acho sem nexo acusar seja quem for de não ter química com alguém, se só os dois em questão sabem o que sentem quando se olham nos olhos, o que conversam quando estão à sós, e das sensações que provocam no outro quando se tocam sem plateia.

A inspiração para esse post surgiu através de minha indignação ao me deparar com comentários do tipo: "ai, mas fulano não combina com ciclano", "só pode ser por interesse", "ele/a é tão bonito pra ela/e", "casalzinho sem graça", "esses dois tem zero química", "merecia coisa melhor"... entre tantos outros.
O ser humano tem uma infinita coleção de manias horrorosas, e uma delas, com certeza, é a de se achar no direito de querer ditar o que é melhor para o outro, sendo que na grande maioria das vezes nem o conhece.

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